No ano de 1808 a família real portuguesa veio para o Brasil, eles estavam fugindo da invasão das tropas Napoleônicas em Portugal. Napoleão havia invadido Portugal por que Portugal era o maior aliado da Inglaterra, que por sua vez, era a maior inimiga de Napoleão.
A rainha de Portugal era D. Maria I, que morreu no Brasil em 1815 e o trono de Portugal foi assumido por D. João VI neste mesmo ano, em 16 de dezembro, o rei de Portugal decide elevar o Brasil, que era uma mera colônia de Portugal, a Reino Unido de Portugal e Algarves.
O problema era que em junho deste mesmo ano, as tropas Napoleônicas haviam sido derrotadas na famosa batalha de Waterloo e os portugueses exigiam a volta da corte portuguesa à Portugal.
Os comerciantes portugueses de Lisboa estavam profundamente irritados com D. João VI, pois uma das primeiras atitudes do rei de Portugal no Brasil, em 1810, foi a quebra do pacto colonial, ou seja, do monopólio português de comércio nos portos do Brasil em favor da Inglaterra, que passou a poder negociar diretamente com os negociantes estabelecidos no Brasil, sem a intermediação dos comerciantes estabelecidos em Lisboa.
Entre 1817-1820 explode em Portugal a revolução liberal, os ânimos se exaltaram, falava-se até em supressão da monarquia.
Em 1821, com o pescoço praticamente na guilhotina D. João VI resolve voltar à Portugal.
A partir do momento que a corte portuguesa vem ao Brasil com mais de dez mil pessoas, e aqui já havia permanecido por dez anos, muitos não queriam mais voltar para Portugal. Haviam adquirido patrimônio, aberto seus negócios, constituído famílias e se imiscuído na vida social do país. Havia já no Brasil uma classe estabelecida de comerciantes – portugueses e brasileiros – que auferiam grandes lucros no comércio com a Inglaterra.
Com o retorno da corte para Portugal, os comerciantes lusitanos exigiam também que o pacto colonial – ou seja, o monopólio do comércio com o Brasil – fosse reestabelecido.
Essa queda de braço entre Portugal e Brasil vai redundar no processo de independência.
Em 7 setembro de 1822 – fortemente pressionado pelas elites brasileiras de um lado e pelas elites portuguesas de outro – D. Pedro I decide-se por afrontar Portugal e declarar a independência do Brasil. Esse ato só foi possível, com o respaldo da Inglaterra que intimidou qualquer reação de Portugal e se colocou como uma mediadora no processo litigioso que se iniciou.
A independência do Brasil só seria reconhecida pelos portugueses em 1825 mediante, entre outras exigências, a do pagamento de 2 milhões de libras esterlinas a título de indenização a Portugal. Dinheiro emprestado ao Brasil pela Inglaterra.
Mas a ajuda da Inglaterra no processo de independência do Brasil tinha algumas condições, entre elas, melhores condições de negócios no Brasil para os comerciantes ingleses e a exigência de que o Brasil enfrentasse a questão do tráfico de escravos e da escravidão.
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