O comércio sempre foi uma prática do ser humano, mas a partir de meados do século XV percebe-se nitidamente uma mudança, o surgimento de um novo espírito, subsidiado por uma nova prática: o mercantilismo.
O mercantilismo pode ser resumido na intensificação das relações comerciais na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Uma verdadeira revolução se compararmos à lógica que dominava o comércio até o final do século XIV.
Como política econômica o mercantilismo predominou na Europa entre os séculos XVI e XVIII, enfatizando sobretudo a acumulação de riquezas - ouro e prata - como medida de sucesso econômico e poder nacional.
Era uma nova mentalidade bastante distinta do pensamento predominante na Idade Média que, influenciada pela filosofia de Santo Agostinho, priorizava a cidade de Deus em detrimento da cidade dos homens, onde a ideia de comercializar, de acumular riqueza era visto como algo torpe. Com a inevitável intensificação do comércio entre, sobretudo, o oriente e o ocidente, essa filosofia vai sendo fortemente contestada. A relação entre Reis e catolicismo vai ser cada vez mais substituída pela relação entre Reis e comerciantes e esses dois polos se unem visando dois objetivos comuns: a conquista de territórios e a prospecção de novos mercados, ou seja, poder e riqueza.
Algumas das principais características do mercantilismo são:
O protecionismo, ou seja, a imposição de impostos e tarifas eram aplicados às importações para proteger as indústrias e estimular a produção nacional.
O colonialismo, cuja principal característica era exploração das colônias, por um lado fontes de matérias-primas baratas e de outro lado, mercados para produtos manufaturados.
Os monopólios comerciais concedidos a cartéis, que eram concedidos pelo estado a empresas privadas para controlar certos setores da economia.
Intervenção estatal, ou seja, a forte intervenção do governo na economia a fim de promover o crescimento industrial por meio do estabelecimento e da imposição de políticas de desenvolvimento econômico para garantir a acumulação de riqueza nacional.
No início da revolução industrial no final do século XVIII e início do século XIX com o desenvolvimento do capitalismo e das políticas econômicas modernas - o liberalismo - o mercantilismo passou a ser criticado por suas excessivas políticas protecionistas que prejudicavam o crescimento econômico e foi aos poucos sendo substituído até ser completamente abandonado em favor do liberalismo econômico.
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