Certamente a rejeição ao plano Collor é a vertente de toda animosidade e de toda oposição ao governo. A queda do presidente tornou-se um projeto das elites e uma palavra nova, que até então era completamente desconhecida dos brasileiros entrou para o vocabulário popular, o impeachment. No início do ano de 1992 surgem as primeiras denuncias contra o presidente. Em 1 de junho é instaurada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). De junho a setembro as denuncias contra Collor se avolumam e os meios de comunicação começam a encorajar e enfatizar as manifestações populares que eclodiam em várias regiões do país. O ideal de arregimentar os jovens – os caras pintadas – era dar uma base social ao pedido de impeachment do presidente. Em 1 de setembro de 1992 é protocolado na Câmara dos Deputados o pedido de impeachment. Em 19 de setembro a Câmara dos Deputados aprova a abertura do processo e encaminha o pedido ao senado. No dia 1 de outubro o processo é instaurado no senado. No dia 2 de outubro Collor é afastado da presidência e assume o seu vice Itamar Franco. Em 29 de dezembro quando se inicia o julgamento no Senado e na iminência de sofrer o impeachment, o presidente Collor renuncia ao mandato na tentativa de evitar a cassação dos seus direitos políticos. No dia 30 de dezembro o presidente é condenado a perda do mandado e dos direitos políticos. No dia 24 de abril de 2014 – passados 22 anos – o STF (Supremo Tribunal Federal) absolveu o presidente Fernando Collor de Mello do crime de que foi acusado no processo de 1992 - de peculato, falsidade ideológica e corrupção passiva - por falta de provas. Todos esses crimes, portanto, foram mero pretexto para o afastamento do presidente. Collor caiu em desgraça no dia que anunciou um plano econômico que transferia para as elites o ônus das mudanças.
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