O Estado Novo foi uma ditadura instaurada por Getúlio Vargas no Brasil no dia 10 de novembro de 1937, por meio de um golpe de estado, e que vigoraria até fins de 1945 e início de 1946. No chamado Manifesto à Nação, ele disse que o regime tinha como objetivo “reajustar o organismo político às necessidades econômicas do país".
Esse período ficaria marcado como uma fase de centralização do poder, de controle político e de repressão a opositores.
Getúlio Vargas havia chegado ao poder em 1930, por meio de um golpe de estado, a revolução de 30, e enfrentou enormes convulsões sociais que estouraram nesse período, tais como a revolução de 1932 e a intentona comunista de 1935. Em 1936 era o ano em que, de acordo com a constituição de 1934, deveriam ocorrer eleições para presidente, porém, em 1937, apoiado por setores militares e econômicos, Vargas cancela as eleições e, por meio de outro golpe de Estado, instaura outra ditadura, o Estado Novo, implantando um regime ainda mais autoritário.
A nova constituição brasileira – a de 1937 - centralizava os poderes nas mãos do presidente que podia entre outras arbitrariedades, dissolver o Congresso, criar decretos-leis, extinguir partidos políticos – todos foram colocados na clandestinidade – e abolir a liberdade de imprensa, por meio da criação do DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda. Outras duas medidas foram a volta da figura do interventor para governar os Estados e o prolongamento do mandato presidencial que era de quatro anos na constituição de 1934, e em 1937 passou a ser infinito. Outra medida foi a Lei de Segurança Nacional, que tinha como objetivo impedir movimentos de contestação ao regime, que na prática, extinguiu todos os partidos políticos.
Desse modo, a Constituição que surgiu em 1937, serviu apenas para consolidar o poder autoritário do governo. Vargas centralizou o poder em suas mãos, utilizando-se da estrutura do Estado para consolidar seu governo e implementar as políticas econômicas e sociais que julgava imprescindíveis.
Além do autoritarismo, o regime do Estado Novo foi marcado também por um nacionalismo exacerbado e por uma política de industrialização e modernização econômica sob forte controle estatal.
Vargas criou em 1 de maio de 1939 a Justiça do Trabalho e em 1940 estabeleceu o salário mínimo. Era a primeira vez na história do Brasil, desde o fim do trabalho escravo, que o Estado brasileiro tomava medidas protecionistas em favor dos trabalhadores. Neste mesmo ano foi criado o imposto sindical, que daria um grande fôlego aos sindicatos, que capitalizados, desenvolveram enormemente suas atividades junto aos trabalhadores e ganharam importância. Em 1943, foi criada a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT. Todas essas medidas complementavam as tomadas no inicio dos anos 1930 com a criação do Ministério do Trabalho, onde já havia sido estabelecida algumas regras, como as que regulamentavam as juntas conciliatórias para disputas trabalhistas, o horário de trabalho no comércio e na indústria, o trabalho da mulher e de menores e a regulamentação dos sindicatos.
Do ponto de vista da política econômica, o governo criou empresas tais como a Companhia Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce. Criou ainda o Conselho Nacional do Petróleo, a Companhia Nacional de Álcalis, o Instituto de Resseguros do Brasil, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, o Conselho Federal do Comércio Exterior, a Lei da Sociedade Anônima e a Estrada de Ferro Central do Brasil.
Getúlio deu os primeiros passos para a criação da indústria aeronáutica brasileira por meio da criação da Fábrica Nacional de Motores (FNM), que inicialmente planejada para ser fábrica de aviões, posteriormente produziu tratores e o famoso caminhão FNM.
Durante todo o período da história do Brasil conhecido como Era Vargas, Getúlio desenvolveu como ninguém um tipo de política extremamente populista. Desse modo, entre 1930 e 1945, pode-se dizer que, a era Vargas, se desenvolveria num misto de avanços e retrocessos, de vanguarda e atrasos.
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