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A HISTÓRIA PARA QUEM TEM PRESSA EM APRENDER

MARCOS COSTA

Foto do escritorMARCOS COSTA

O BARÃO DE MAUÁ

 Irineu Evangelista de Sousa, conhecido como Barão de Mauá, nasceu em 28 de dezembro de 1813, em Arroio Grande, Rio Grande do Sul. Ele foi o mais importante empresário brasileiro ao longo de todo o século XIX. É um dos personagens mais importantes do Segundo Reinado no Brasil.

        Quando Mauá retornou de uma viagem que fez à Inglaterra em 1840, sua cabeça estava fervilhando de ideias. A revolução industrial havia acabado de explodir por lá e o velho mercantilismo de outrora estava sendo substituído pela indústria e pela produção de bens de consumo. Por todo lado brotavam fábricas, lojas, fundições, estradas de ferro e bancos.

        Quando chegou ao Brasil, Mauá encontrou, de um lado, um país extremamente arcaico, com uma produção predominantemente agrícola primário-exportadora, com uma economia, portanto, fortemente dependente da exportação de commodities; mas de outro lado, havia todo um universo de oportunidades inexploradas para se explorar.

        Mauá se convenceu de que o Brasil deveria trilhar o caminho da industrialização, ou seja, deveria investir na criação e abertura de fábricas, fundições de ferro, lojas, bancos e em todo o universo dos auspiciosos empreendimentos capitalistas.

        Mas no Brasil as condições eram extremamente desfavoráveis e ainda assim, na contra mão de tudo, Mauá abriu 17 empresas individuais e em parceria com investidores ingleses. Seus empreendimentos iam desde estradas de ferro, companhias de navegação, mineradoras e usinas de gás até bancos e empresas de comércio exterior.

        Dentre as suas maiores realizações encontra-se a implantação da primeira fundição de ferro e estaleiro no país, que se transformaria em pouco tempo em nada mais, nada menos do que a maior fábrica do país na época, responsável pela construção da primeira ferrovia brasileira. Mais tarde, tendo obtido junto ao governo imperial brasileiro a concessão do fornecimento de tubos de ferro para a canalização de córregos e para a urbanização da cidade do Rio de Janeiro, ele imprimiu à sua fundição um dinâmica empresarial jamais vista no Brasil.

        Outra de suas iniciativas foi a de transformar um pequeno estaleiro em uma das maiores empresas de construção naval do Brasil, dando início à indústria brasileira deste setor.

   Um de seus mais ambiciosos empreendimentos foi a instalação do cabo submarino telegráfico entre a América do Sul e a Europa.

        A partir de 1850, com a Lei Eusébio de Queirós, que extinguiu o tráfico de escravos no Brasil, Mauá soube, por meio do seu banco, o Mauá, MacGregor & Cia, fazer com que os capitais até então empregados no comércio de escravos passassem a ser investidos na industrialização.

        Esse Banco se expandiria rapidamente chegando a ter filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Paris e Nova Iorque. Em 1857 Mauá fundou no Uruguai o Banco Mauá e Cia., o primeiro estabelecimento bancário daquele país e um dos primeiros e principais bancos da América do Sul, com filial em Buenos Aires.

        Seus empreendimentos empregavam mais de mil operários assalariados, num momento em que a escravidão ainda não havia sido abolida no Brasil.

        Em 1867 Mauá era dono da maior fortuna particular do Brasil, tinha cerca de 60 milhões de dólares. O imperador sabia que a economia brasileira devia iniciar urgentemente um processo de diversificação e os empreendimentos de Mauá abriram os olhos do imperador para as novas possibilidades e novos caminhos para a economia brasileira. O Brasil que surge na segunda metade do século XIX vai ser, portanto, em grande parte, fruto do trabalho e da imaginação de Mauá.



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