No início do século XVI não interessava para Portugal estabelecer uma colonização de povoamento nos trópicos como ocorreu na América do Norte, onde europeus fugidos dos conflitos político-religiosos da europa iam para trabalhar e construir suas vidas. No Brasil não aconteceu por que não precisava de mão de obra, essa seria fornecida por negreiros que já contavam com os fornecedores de escravos na África e dominavam a logística do negócio.
A questão de que o europeu não formou colônia de povoamento no Brasil por que não se adaptava ao clima tropical é uma meia verdade. Na verdade a América do Norte não tinha, do ponto de vista comercial, muito a oferecer para a Europa, o clima era muito parecido e produzia os mesmos produtos. Mas por este mesmo motivo – o clima – a América do Norte atraiu quem estivesse em busca de imigrar. Nas regiões de clima tropical que se encontravam produtos novos, diferentes para se comercializar. O problema, portanto, de não haver se formado no Brasil, desde os primórdios da colonização, uma colônia de povoamento, que nos legaria um outro tipo de sociedade, foi única e exclusivamente o negócio precedente em Portugal do comércio de escravos.
Portugal preferiu arrendar as terras para grandes empresários pensando no lucro imenso que auferiria da produção, mas sobretudo no lucro imenso que auferiria no fornecimento da mão de obra escrava, cuja demanda era intensa num sistema de produção extensivo. Claro que, neste contexto, a vinda de colonizadores para mero povoamento estava proibida.
A imigração para o Brasil de trabalhadores ocorrerá em maior escala apenas no final do século XIX e início do século XX, até então a mão de obra no Brasil era a escrava.
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