Entre os anos de 1939 e 1945, as maiores potências econômicas e militares do mundo estavam divididas em dois grandes blocos: de um lado o eixo - Alemanha, Itália e Japão - e do outro lado, os aliados - França, Grã-Bretanha, Estados Unidos, União Soviética. Dado o imenso avanço tecnológico no campo do desenvolvimento de equipamentos bélicos: armas, tanques, aviões e etc, nunca antes a humanidade havia estado tão próxima de uma catástrofe, e ela não demoraria em acontecer. Ao final, as mais de 50.000.000 de mortes fariam da Segunda Guerra Mundial o conflito mais sangrento em toda a história da humanidade.
Mas quais circunstâncias levaram a humanidade a uma situação tão dramática?
Vejamos.
Toda guerra deixa atrás de si um rastro de destruição e um futuro repleto de consequências e de incertezas. A Segunda Guerra Mundial pode ser considerada – direta e indiretamente – como fruto das incertezas deixadas pela Primeira Guerra Mundial.
A Segunda Guerra Mundial – a Grande Guerra - que se iniciou no ano de 1939 não é, portanto, produto de um fato isolado, mas pode ser considerada como a estação final de um trem carregado de consequências, desencadeadas quinze anos atrás, por ocasião do fim da Primeira Guerra Mundial. A mais importante dessas consequências, desses desdobramentos, é o Tratado de Versalhes. Neste tratado ficou acordado que a Alemanha pagaria mais de 200 bilhões de marcos como compensação e reparações e perderia parte de seu território, como a região da Alsácia-Lorena que retornou para a França.
Mas o que já estava ruim, pioraria muito com uma grande crise econômica que explodiria em 1929 nos Estados Unidos – que ficaria conhecida como A Grande Depressão - mas que afetaria todo o mundo. A economia mundial, que já sofria os efeitos da Primeira Guerra, viu a situação se agravar substancialmente, gerando uma grande onda mundial de desemprego, de inflação e consequentemente de pobreza. É nesse contexto de endividamento e de crise econômica que surgem na Europa duas ideologias autoritárias, o Nazismo (na Alemanha) e o Fascismo (na Itália), que pregavam o nacionalismo, o racismo, o antissemitismo, o expansionismo territorial, entre outras ideias.
Não demoraria para que das ideias esses regimes passassem à prática. Desse modo, em 1 de setembro de 1939 o exército alemão invade a Polônia dando início à Segunda Guerra Mundial. A partir daqui o conflito ganharia escalas cada vez maiores, e pouco a pouco vários países iam sendo conquistados, tais como Noruega e Dinamarca. De outro lado, Grã-Bretanha e França declaram guerra à Alemanha, o que elevou definitivamente a escala do conflito para o nível de um conflito mundial.
Uma vez declarada a guerra, no início dos anos 1940 os alemães decidem iniciar a conquista da Europa Ocidental. Conquistam os Países Baixos e avançam de forma vertiginosa de modo que no dia 14 de junho de 1940 algo surpreendente acontece, a França é conquistada e os nazista marcham sobre as ruas de Paris, sinal de que a guerra, como muitos poderiam estar pensando, não era algo passageiro e localizado, havia ficado claro que as intenções do nazismo era conquistar e impor a sua ideologia autoritária e o seu domínio por toda a Europa.
O ano de 1941 vai ser decisivo para os rumos da guerra.
De um lado os nazistas continuavam a escalar em suas conquistas, conquistaram, por exemplo, a Grécia, marchando sobre as ruas de Atenas. Mas neste mesmo ano, cometeram dois erros que lhes custariam caro. O primeiro deles foi a invasão da União Soviética em junho de 1941, tento avançado para muito próximo e perigosamente da cidade de Moscou. Foram rechaçados por muito pouco em dezembro de 1941, numa contra-ofensiva que forçou a retirada alemã dos arredores de Moscou. A vitória sobre a União Soviética poderia ter selado o destino da guerra em favor dos nazistas. Outro erro neste ano de 1941 foi o ataque do eixo à Pearl Harbor o que levou os Estados Unidos, uma das maiores potências bélicas e econômicas do mundo, para o centro do furacão da guerra.
A derrota na União Soviética não representou um limite para as pretensões expansionistas de Hitler, pelo contrário, conquistar a União Soviética parecia ter se tornado para ele uma questão de honra. Desse modo, em meados de 1942 o exército alemão faz nova incursão em território soviético, vai ganhando território até chegar aos redores da cidade que então se chamava Stalingrado. Nessa cidade - onde o exército alemão seria novamente derrotado - se daria uma das batalhas mais decisivas da Segunda Guerra Mundial, que ficaria conhecida como a Batalha de Stalingrado.
A resistência da União Soviética parecia ter dissipado a impressão que até então se tinha, ou seja, de que o exército alemão era invencível e que a expansão territorial era incontornável. A partir de então e ao longo de todo ano de 1943, os alemães continuaram a somar baixas e retrocessos nos territórios conquistados. A força inicial de sua ofensiva, que parecia mesmo ter contado com o efeito surpresa, começava a arrefecer-se. Para os aliados, enfim, uma luz se acendia no final do túnel escuro do horror da guerra.
Desse modo, em 6 de junho de 1944, 150 mil soldados aliados, comandados pelo general Eisenhower, dos Estados Unidos, desembarcaram na Normandia. Esse, que entraria para a história como o dia D, foi um dos episódios mais importantes da guerra. Duras batalhas empurravam dia a dia os alemães para trás e assim, a 25 de agosto, os aliados marcharam sobre as ruas de Paris e libertam a França. A curva ascendente da expansão nazista que subia dia a dia entre 1939 a 1942, entrara finalmente em um ritmo descendente.
Enquanto isso, os soviéticos – o exército vermelho - avançavam com uma ofensiva poderosa em direção à Berlim. As forças alemãs haviam claramente perdido todas as condições para resistir ao ataque massivo dos aliados. No dia 30 de abril de 1945, cercado e acossado em seu bunker em Berlim, o mentor de toda aquela guerra, Adolf Hitler, se suicida e, ato contínuo, em 7 de maio de 1945 as forças alemãs, enfim se renderam.
Já no dia 8 de maio, sem delongas, a Europa proclama o dia da vitória.
Depois de vencida a guerra é que se pôde ver toda a dimensão do horror e do mal que haviam tomado conta da Europa e do mundo. Descobriu-se um dos maiores horrores de toda a história da humanidade: o holocausto, que ocorria nos campos de concentração, sobretudo, na Polônia.
Mas se para o mundo, para os aliados, a guerra parecia ter acabado no dia em que os soldados soviéticos hastearam, em maio de 1945, a bandeira da União Soviética no Palácio do Reichstag alemão, havia ainda para os Estados Unidos uma questão a ser resolvida: o ataque japonês a Pearl Harbor. Desse modo, em agosto de 1945, outro ato que chocaria o mundo ocorreu: duas bombas atômicas destruíram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
O advento da Segunda Guerra Mundial trouxe paradoxalmente ao grande desastre que se revelou, um momento de grandes descobertas científicas. A própria energia atômica, que seria importante fonte de produção de energia elétrica; a invenção dos radares, que ajudaram muito na guerra e os estudos de criptografia, empreendidos por Alan Turing, por exemplo, que seriam importantes no desenvolvimento dos computadores, além de outras tantas invenções ou inovações.
Imediatamente após o final da guerra, o mundo estava assustado e assombrado com toda a violência, toda a destruição e horror que acabava de presenciar. Havia um consenso de que alguma coisa deveria ser feita para que o episódio mais cruel e irracional da história da humanidade jamais se repetisse. Nesse sentido que surgiu já no ano de 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) cujo principal objetivo, naquele primeiro momento, era o de promover a segurança, a paz mundial e os direitos humanos. Para isso, em 1948, surgiria a Declaração Universal dos Direitos Humanos e, também, um Tribunal Internacional para julgar crimes de guerra.
Mas como dissemos, toda guerra deixa atrás de si um rastro de destruição e um futuro repleto de consequências e de incertezas. Após a Segunda Guerra Mundial, uma nova divisão do mundo surgiu, dessa vez entre capitalistas e comunistas, entre Estados Unidos e União Soviética. O embate entre essas duas visões distintas do mundo ficaria conhecido como Guerra Fria e se estenderia, ora mais e ora menos tensa, até o final dos anos 1980 e início dos anos 1990, quando a queda do muro de Berlim (1989) e o fim da União Soviética (1991) e consequentemente a independência das então Repúblicas Soviéticas, colocariam um ponto final na Guerra Fria e, consequentemente, no último resquício, na última consequência deixada pela Segunda Guerra Mundial.
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